Por que?


Em pleno século XXI em meio a uma profusão de leis e projetos de ações, ainda não existe em Macaúbas um plano de inventário cultural dessa natureza, muito embora haja menção na lei orgânica e em projetos como o do Plano Diretor (2007), Censo Cultural da Bahia e no Diagnóstico do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. As iniciativas de preservação legal de seus documentos históricos ainda são extremamente tímidas, necessitando de ações mais concretas e integrais. A arquitetura de valor histórico subsidiará a produção historiográfica, como a história urbana e cultural de Macaúbas, pois dentro dos objetivos da metodologia do inventário, a contextualização da história dos bens é parte integrante de sua formatação.

A escolha pelos bens materiais, das estruturas arquitetônicas, justifica-se devido aos seus aspectos ligados ao risco de perda da sua materialidade, cuja substância sofre constantes impactos ambientais de diversos tipos de intempéries, da ação humana, além de outros riscos definidos nas cartas patrimoniais, como a Carta de Burra de 1980, durante o congresso do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios.

Nos últimos anos observa-se a crescente estratégia das sociedades contemporâneas globalizadas no interesse de preservarem seus monumentos históricos, como sendo matérias-prima de atividades turísticas, como lazer e fonte de recursos econômicos para as comunidades locais, além da consciência ética da preservação da cultura e do meio ambiente. Em Macaúbas, um importante passo foi dado anos atrás como o relatório e diagnóstico feito pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia em 2004, e o projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento – PDD em 2007, ambos propondo um programa de preservação do Patrimônio Histórico e Cultural. A utilização de dados destes projetos muito facilitará o desenvolvimento do roteiro de atividades como os mapas de zoneamento do perímetro Urbano e Rural, os Códigos de Obra e Postura, Ambiental, Uso e Ocupação do solo entre outras fontes de informação.

Macaúbas pertence ao Território de Identidade da Bacia do Paramirim, um dos menores territórios do Estado e que sofre com a insurgência cultural na região. O problema da conservação em nossa região é crônico devido a condicionantes gerais (pontos fracos) como a contemplação de ideias sobre a valorização do patrimônio e recursos que dêem conta da enorme demanda do déficit para a mão-de-obra. Estimam-se operações de custo baixo devido as demandas da área de entorno (alvo da catalogação) ser pequena, facilitando sua execução.